Fissura anal: conheça os sintomas, causas e tratamentos

O que é?

A fissura anal é uma condição médica que afeta o canal anal, causando uma pequena ferida ou rachadura na pele que reveste o ânus. Essa condição pode ser muito dolorosa e desconfortável, e pode ocorrer em qualquer idade.

Como ocorrem as fissuras anais?

As fissuras anais são frequentemente resultantes de um trauma, geralmete causado pela evacuação de fezes volumosas e endurecidas. 

Outras causas incluem o sexo anal, a introdução de objetos de grande diâmetro no ânus e a diarreia prolongada, que pode irritar e lesar a mucosa anal, aumentando o risco de fissuras.

Pacientes com antecedentes de outras lesões anais, como hemorroidas ou fístulas anais, também apresentam maior risco, assim como mulheres após um parto normal. 

Embora a fissura anal ocorra principalmente em pessoas saudáveis, ela pode ser uma complicação de algumas doenças, como tuberculose anorretal, Doença de Crohn, leucemia e infecções sexualmente transmissíveis. 

As fissuras anais podem ser agudas ou crônicas. As agudas tendem a cicatrizar e os sintomas desaparecem. Porém,  algumas pessoas desenvolvem a forma crônica da doença. Nestes casos, elas iniciam um processo de agressão cíclica: a lesão na mucosa causa dor, que  faz com que o esfíncter anal sofra um espasmo involuntário, impedindo o relaxamento da região e a cicatrização da fissura, perpetuando a dor local. 

Esse espasmo anal causa mais esgarçamento da fissura, dificultando sua cicatrização e causando dor durante a evacuação, agravando a prisão de ventre.

Quando o paciente finalmente consegue evacuar, as fezes volumosas e ressecadas precisam vencer a resistência do ânus, que tem dificuldade em relaxar, aumentando ainda mais a lesão na mucosa e perpetuando a fissura anal.

As fissuras anais crônicas são aquelas que duram mais de 6 semanas e não cicatrizam sem tratamento médico.

Sintomas

A fissura anal é caracterizada pela dor intensa durante ou após a evacuação, que pode durar por minutos ou horas. Em geral,  os pacientes que sofrem com as fissuras anais, descrevem a sensação como se estivessem “cortando” o ânus. 

O sangramento vivo em pequena quantidade também é um sintoma frequente, observável na roupa íntima ou no papel higiênico durante a limpeza anal. 

Além disso, a região dolorosa pode apresentar endurecimento e excesso de pele, conhecido como plicoma anal e coceira na região. 

Diagnóstico

O diagnóstico é sugerido pela análise do histórico clínico do paciente e confirmado pelo exame físico. A maioria das fissuras são facilmente visíveis no exame proctológico. 

Uma vez que a fissura é encontrada, a tentativa de examinar o canal anal por exame digital (toque retal) ou com instrumentos endoscópicos (anuscopia ou retossigmoidoscopia) não é adequada devido à dor relatada pela maioria dos pacientes, devendo, portanto, ser postergados até que os sintomas tenham desaparecidos.

Tratamento

O tratamento para fissura anal depende do tamanho e gravidade da lesão. Para fissuras anais pequenas, a cura geralmente ocorre de modo espontâneo após alguns dias, mas o tratamento médico pode acelerar esse processo e aliviar a dor.

O tratamento inicial contempla banhos de assento com água morna três vezes por dia, aumento da ingestão de fibras e uso de laxantes para diminuir a rigidez das fezes. 

Além disso, existem algumas pomadas para fissura anal que podem ser usadas, como pomadas à base de nitroglicerina ou nifedipina, que ajudam a relaxar a musculatura esfincteriana e dilata os vasos anais, aumentando o aporte de sangue e oxigênio para a região da fissura, favorecendo sua cicatrização. 

Nos casos que não melhoram com o uso de medicamentos, uma alternativa de tratamento é  o tratamento baseado na aplicação da toxina botulínica (Botox) na região – com a orientação médica – que ajuda a relaxar o esfíncter anal, reduzindo o estiramento da fissura. 

A opção cirúrgica é geralmente indicada para pacientes que tentaram tratamento clínico por pelo menos um a três meses sem sucesso. 

O procedimento de escolha é chamado esfincterotomia lateral interna, uma pequena incisão capaz de provocar o relaxamento do esfíncter anal. Este procedimento tem eficácia de mais de 90% no tratamento da fissura anal crônica. 

A cirurgia é bem simples e o paciente, na maioria das vezes, volta para casa no mesmo dia, podendo retornar às atividades normais em uma semana.  

No entanto, a principal preocupação com a cirurgia é o desenvolvimento da incontinência anal, que pode incluir incapacidade de controlar a saída de gases intestinais, escape fecal leve ou mesmo perda de fezes sólidas. 

Assim,  é sempre recomendado procurar um especialista para o correto diagnóstico e tratamento 

Prevenção

Existem várias medidas que podem ser tomadas para prevenir a fissura anal, incluindo:

Manter uma alimentação equilibrada e rica em fibras

Uma dieta rica em fibras pode ajudar a amolecer as fezes e facilitar a passagem delas pelo canal anal, reduzindo a probabilidade de traumatismo e fissuras.

Manter-se hidratado

Ingerir bastante água ajuda a manter as fezes macias e evita a constipação, que pode ser um fator contribuinte para a fissura anal.

Evitar esforço excessivo durante a evacuação

Forçar demais durante a evacuação pode causar traumatismo e fissuras, portanto, é importante relaxar e permitir que as fezes saiam naturalmente.

Manter uma boa higiene anal

Manter a região anal limpa e seca pode ajudar a prevenir a irritação e infecção que podem levar à fissura anal;

Evitar uso excessivo de laxantes

Os laxantes são úteis em casos de constipação, no entanto, o uso excessivo deles pode levar à diarreia e irritação anal, o que aumenta o risco de fissuras na região.

Evitar o uso excessivo de papel higiênico

Usar papel higiênico com muita força ou frequência pode causar irritação anal e fissuras. É recomendado usar papel macio e úmido ou lenços umedecidos.

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