O que é?
O câncer do colorretal é um dos tipos de câncer mais comuns no Brasil e anualmente, o país atinge cerca de 41 mil novos casos dessa neoplasia, que pode acometer a parte do intestino grosso chamada de cólon, mas também pode atingir o reto e o ânus. O câncer colorretal pode ter origem genética, como a maioria dos tipos de câncer, mas também está diretamente relacionado aos hábitos alimentares e estilo de vida.
A maioria dos casos acontece após os 50 anos, mas pode acontecer antes, especialmente se houver história familiar de câncer de cólon na família. Assim, conhecer os sintomas e adotar hábitos preventivos é uma forma de se prevenir contra o desenvolvimento de tumores.
Quais são os fatores de risco do câncer de cólon / reto ?
Além dos fatores de risco que afetam outros tipos de câncer, como o tabagismo, o alcoolismo e o sedentarismo e alimentação, o câncer de cólon também está associado aos seguintes fatores de risco:
- Histórico familiar de câncer de cólon ou no reto;
- Presença de pólipos adenomatosos;
- Idade (quanto mais idade, maior o risco);
- Doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite ulcerativa);
- Dieta rica em gordura e com pouca fibra.
Quais os sintomas do câncer de cólon / reto ?
Em geral, o câncer de cólon se desenvolve muito lentamente. Geralmente, ele ocorre sem sintomas por muito tempo. A prática clínica mostra que os sinais da doença só se manifestam quando o tumor já está com tamanho avançado. Além disso, eles podem variar conforme a localização da lesão, o tipo, a extensão e as complicações.
Apesar disso, podemos destacar algumas das queixas mais frequentes que levam à detecção do câncer de cólon:
- Sangue nas fezes;
- Alteração do hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre fora do esperado);
- Dor ou desconforto abdominal;
- Sensação de que o intestino não esvazia completamente;
- Fraqueza e anemia;
- Perda de peso sem causa aparente;
- Alteração na forma das fezes – muito finas e compridas;
- Massa abdominal, sintoma tardio e pode indicar a presença de tumor no local.
A presença de um ou mais destes sinais e sintomas não significa que existe um câncer, visto que esses sintomas são comuns a outras diversas doenças gastrointestinais, como úlceras ou inflamação do cólon. Se você ou alguém próximo identificar algum desses sintomas, procure o médico para ele identificar a causa e indicar o melhor tratamento para o seu caso.
Como o câncer de cólon / reto é diagnosticado?
O diagnóstico do câncer colorretal é feito a partir da história clínica e do exame físico. O exame proctológico com toque retal pode fazer o diagnóstico de tumores nas porções mais distais do intestino grosso ( reto e ânus ). Além disso, são fundamentais exames complementares como a colonoscopia, que se trata da inserção de um aparelho com uma câmera na ponta que permite que o médico veja o interior do intestino e também o ajuda a captar amostras para biópsia.
O exame de sangue oculto nas fezes é uma forma de rastreamento populacional do câncer de cólon. Neste exame uma pequena amostra de fezes é analisada em busca de sangue, o que alerta o médico para solicitar exames mais específicos como a colonoscopia.
Tratamento
Após o diagnóstico , é fundamental fazer o estadiamento da doença, ou seja, realizar exames de imagem para verificar se o tumor é precoce ou avançado , e se está localizado ou disseminado. Com o estadiamento, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. Existem várias maneiras de tratar o câncer colorretal, dependendo do tipo e do estágio da doença, conheça as principais:
Tratamentos locais
As ressecções locais são aquelas que tratam o tumor sem afetar o resto do corpo, como cirurgia, radioterapia, ablação e embolização. Esses tratamentos podem ser feitos por colonoscopia ou por cirurgia transanal, e são mais propensos a serem úteis para cânceres em estágio bem inicial ou lesão pré maligna.
Cirurgia
A cirurgia é uma das principais ferramentas no tratamento do câncer colorretal. Está indicada em doença localizada (não passível de tratamento local), mas também em casos localmente avançados . Existem várias alternativas cirúrgicas para o tratamento do câncer colorretal, cada uma delas leva em conta o estadiamento da doença e as condições clínicas do paciente.
Atualmente as cirurgias minimamente invasivas, ou seja, laparoscópicas ou robóticas, têm ganhado espaço no cenário do tratamento cirúrgico do câncer colorretal, pois oferecem recuperação mais rápida , menos dor, e melhor resultado estético.
Cabe ao cirurgião especialista a tomada de decisão sobre o momento de se realizar a cirurgia e o tipo de cirurgia a ser realizada. Tais decisões devem ser compartilhadas e conversadas detalhadamente com paciente e seus familiares.
Tratamentos sistêmicos
O câncer colorretal também pode ser tratado com medicamentos, administrados por via oral ou diretamente na corrente sanguínea. Esses métodos são denominados de terapias sistêmicas, porque podem atingir as células cancerígenas em qualquer lugar do corpo.
Dependendo do tipo de câncer, diferentes tipos de terapias podem ser usadas, por exemplo, quimioterapia ou imunoterapia. Dependendo do estágio da doença e outros fatores, diferentes tipos de tratamentos podem ser combinados simultaneamente ou realizados um após o outro.
A depender das opções terapêuticas definidas para cada paciente, a equipe médica deverá ser multidisciplinar, formada por especialistas, como gastroenterologista, cirurgião, oncologista e radio-oncologista. Mas, muitos outros profissionais poderão estar envolvidos durante o tratamento, como enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais de saúde.
Radioterapia
A radioterapia pode ser utilizada como tratamento complementar ou como tratamento inicial em alguns tipos de câncer de reto, podendo até evitar a cirurgia em alguns casos. Assim como a cirurgia e os tratamentos sistêmicos, o uso da radioterapia é decidido pela equipe de especialista envolvidos no tratamento do paciente, baseados no estadiamento e nas condições clínicas do paciente.
Considerando métodos complementares e alternativos.
Os métodos complementares podem incluir vitaminas, ervas e dietas especiais, ou outros métodos, como acupuntura ou massagem. Os métodos complementares se referem a tratamentos usados com seu atendimento médico regular. Já os tratamentos alternativos são usados em vez do tratamento médico.
Embora alguns destes métodos possam ser úteis para aliviar os sintomas ou ajudar você a se sentir melhor, muitos não foram comprovados cientificamente e não são recomendados, por isso, é fundamental conversar com a equipe médica responsável pelo paciente antes de iniciar qualquer terapia alternativa.